Na creche do início, triste e desprovida de cores, Pé, Iñaki e eu pintávamos, na área ao ar livre, o jogo da amarelinha em formato de caracol.
As crianças se acercaram... uma... três... quinze... trinta... Não me lembro qual havia sido a proposta inicial para entreter o grupo que crescia a cada instante, ansioso por estrear precocemente o brinquedo, ameaçando prejudicar a nossa pintura.
Tínhamos um pacote de balas e folhetos de propaganda vencidos e doados, que distribuímos e, imediatamente, foram se transformando em aviões, pipas, barcos em quantidade jamais vista.
Propusemos, então, recolher todos os papéis espalhados por toda extensão do páteo. Cada criança, extasiada, recolhia a quantidade que comportava, competindo com as outras no "quem pega mais".
Com os bracinhos carregados de papéis, elas, paradas, mas vibrando, olharam para nós com os olhos perguntando: ...E agora? Como continua?...
Nós, adultos, trocamos olhares, impotentes. Não queriam terminar a brincadeira.
Diante da energia predominante, nos rendemos ao caos, jogando tudo para o alto, na maior festa. Foi muito divertido.
O caos é o início da criação.
Vendo de fora, poderiam dizer que estávamos ensinando maluquices às crianças.
DOMINGO MALUCO. Após 22 anos, quase 23, o novo nome escolhido pelas crianças para o DOMINGO MONTANHA.
Não, nada ensinamos. Apenas acatamos suas vontades, seus desejos, para que se realizem em altas vibrações.
Caminho do amor.
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